sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Samaritanos

Suponhamos que não fosse apenas um homem que ia de Jericó a Jerusalém, mas que fossem dois, e ambos assaltados por bandidos e muito mutilados, e que não passasse nenhum viajante por lá. Suponhamos ainda que um deles nada conseguisse fazer além de lamentar-se, enquanto que o outro esquecia e superava seu próprio sofrimento para pronunciar palavras amigas, de reconforto, ou ainda se arrastar ao preço de grandes dores até uma pequena fonte de onde ele trouxesse um pouco de água para proporcionar ao seu companheiro um refresco; ou suponhamos ainda que ambos ficassem sem condições de falar, mas um deles em sua oração muda clamasse a Deus também pelo outro: ele não teria sido então misericordioso? Se me cortam as mãos, não posso tocar cítara, e se me cortam as pernas, não posso dançar; se estou estendido e estropiado na margem, não posso jogar-me ao mar e salvar a vida de uma pessoa; e se estou no chão, braços e pernas quebrados, não posso me precipitar nas chamas para salvar a vida de outros: porém, eu posso ser misericordioso de qualquer maneira.

Misericórdia: uma obra do amor mesmo quando ela não pode dar nada e nem consegue fazer nada. Capítulo integrante do livro "As obras do amor", de Sören Kierkegaard.

Nesse mundão pertuba de hj, simples palavras, às vezes, calam profundo

Fonte:Pavablog

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ñ precisamos ser amados para amar. A sina do amor é que temos que amar sem barganha, e que, até mesmo, quem eu beijo, pode ser meu maior tridor. O pior momento do amor, é quando somos abandonados até por nossos pais.

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