Se dependesse de mim, os mil reais que a dondoca paulista gasta com o seu cachorro de estimação mensalmente, seriam enviados para algumas famílias que passam fome no nordeste. O lucro obtido com o pó da palha de carnaúba seria distribuído entre os trabalhadores piauienses que acordam às quatro horas da manhã para colherem as folhas da carnaúba às cinco e meia. Os governantes não teriam mais que um incentivo para subsidiar o trabalho para defenderem as causas dos mais pobres, do povo que os colocou no poder.
Se dependesse de mim, ninguém teria o direito de ganhar mais que o suficiente para suas necessidades básicas que reza a constituição (saúde, educação e lazer). Ninguém se locupletaria em detrimento do bem-estar do outro. Não haveria os discursos demagogos dos políticos com promessa fantasiosas para tirar dos menos informados o voto, e depois tratá-los com desdenho.
Se dependesse de mim, jogador de futebol não ganharia aquele absurdo de dinheiro, (já pensou quantas famílias pobres seriam beneficiadas com a metade do salário de qualquer um dos Ronaldinhos?) Os médicos não cobrariam para fazer uma cesariana e salvar mãe e filho, nem ficariam indiferente à dor dos entes de um paciente que só precisa de uma cirurgia para sobreviver.
Se dependesse mim, todas as cirurgias que salvariam vidas seriam pagas pelo estado.
Ridicularizo os invejosos, os bajuladores, aqueles que precisam perseguir para galgarem alguma posição no ambiente inserido. Não consigo respeitar os que se acham donos de uma reputação irrepreensível, eles têm sempre alguma coisa a esconder. Não consigo aplaudir os discursos dos nossos políticos, a indiferença aos pobres está evidenciada nos seus risinhos de canto de boca, nos escândalos que vez por outra estão sendo protagonistas, no uso que fazem dos recursos públicos.
Se dependesse de mim, as pessoas não fariam um curso universitário já pensando em qual carro poderão comprar quando estiverem formadas, se dependessem de mim, antes das pessoas defenderem seus salários, defenderiam suas idéias com muitas ressalvas e com humanidade.
Se dependesse de mim, até o Piu-piu levava um pau do Frajola num episódio, “seu” Madruga, uma única vez que fosse, revidaria um soco da dona Florinda e o Jerry não seria mais esperto que o Tom.
Mas, como nos desenhos, existem alguém que não deixa a realidade mudar. Poderíamos até chamar esse “diretor” da vida real de dinheiro, poder, ganância, egocentrismo, status...Enfim, de realidade (inexorável?)...Pelo menos é o que vivemos.
Alisson Araújo
sábado, 13 de outubro de 2007
Minha utopia
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